domingo, 21 de janeiro de 2007

Há extraterrestres entre nós

Tudo apontava para uma noite normal em casa de amigos . O jantar era em casa da minha grande amiga L., que me tinha dito que lhe dava um jeitão eu ir jantar, porque ia lá um fartum (filho de amigos dos pais) e assim ela não tinha de aguentar a bomboca sózinha. Eu pensei de ele ser um gajo a dar para o chato, mas a verdade viria ao de cima. Estava também presente uma agradável surpresa, uma J. que agora mora com a L. que é bastante gira, mas também bastante nova (esquece), além do grande e incontornável B. ( meu filho).

Quando cheguei deparei-me logo com a viga de 1,95m, à volta dos 30 anos com roupas que nenhum gajo de 40 anos hoje em dia usaria. A L. estava a preparar o jantar na cozinha e eu fiquei a fazer conversa de cú com o freak e com a gaiata. Ela coitada, envorgonhada, lá me respondeu às tradicionais perguntas sobre o que é que estudava. Quando passei às perguntas da praxe sobre ele, comecei a perceber o que tinha à minha frente. Disse-me que era informático (4 olhos, claro) e que trabalhava num programa que simulava o percurso do correio. E eu com as minhas habituais piadas para quebrar o gelo, disse-lhe que se me perdessem alguma coisa nos Correios e não recuperassem a culpa seria dele... fuzilou-me com o olhar e respondeu «Claro que não». Ficamos por aqui.

O Homem tinha um ar de extraterrestre e que tinha vindo ao Planeta Terra para ver a bola. Tiques nos olhos e na boca como tenho visto poucos. De fugir. Quando fui abrir o vinho, disse-me logo que estava a conduzir e que não poderia beber. Quando foi para ser servido lá disse que queria um pouco e passou a noite a molhar os lábios no copo. Não deve gostar de vinho, aliás ele tem ar de quem bebe leite Ucal à refeição, ao almoço e jantar. Como devem imaginar houve vários periodos de silêncio, especialmente quando a L. levantava-se para ir à cozinha e eu perdia a minha amiga para pôr a conversa em dia, pois o Homem não abria a boca...sem ser para comer.

Depois de jantar o que safou a noite foi o B. começar com as palhaçadas dele e nós os três iamos rindo (eu, a L. e a J.) enquanto que o gigante de Marte ia desenhando num papel. Circunferências e não sei quê, respondeu quando questionado pela L. sobre o que estava a fazer. Deve ter tido uma infância muito complicada.

E pior que tudo, eu estava a contar que visto ele ser tão pouco falador que sairia mais cedo e depois dava para estarmos mais descontraidos à conversa, mas então... A L. teve de aproveitar uma altura que ele agarrou o casaco quando eu estava de saída para lhe perguntar se ele também já ia... Foi a safa.

1 comentário:

rg disse...

Jantarzinhos complicados que o meu amigo anda a ter.

Já a referência ao UCAL... Não gostei. E tu sabes porquê!